quarta-feira, novembro 30, 2011

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O passado faz-me bem. Percebo que com ele me mantenho em pé. Acredito na forma como aprendemos a viver, da forma como vamos criando as nossas defesas, a forma como vamos crescendo e nos transformando em “gente”. Acredito no passado, e com ele eu me mantenho em pé. Tudo aquilo que fui construindo, com mais ou menos força, fui fazendo e fazendo com que nunca fique no mesmo sitio muito tempo, porque se não o faço sinto que fico num espaço que já nada me satisfaz e acabo por começar a morrer um bocadinho. Por isso começo muitas vezes coisas novas, pessoas novas… Mantem-me a cabeça erguida os amigos que criei e até aqueles que julguei ter criado. Guardo cada recordação com o significado que merece, outras eu faço a manutenção necessária para que todos os dias me lembre de como fui mais feliz que hoje, porque sei que um dia irei recordar o dia de hoje como o mais feliz. Preciso disso. Preciso do jogo da vida, preciso de brincar com os sentimentos e as emoções, preciso de paixão para viver. Como as montanhas da neve nas imagens de Natal.
Vejo-te e revejo-te em cada momento da minha vida, como se sempre aqui estivesses. Como se sempre fosses uma peça preciosa no meu dedo. Porque nem todos os que mais brilham são aqueles que mais preciso. Porque aquilo que mais dou valor é à espontaneidade de um momento, ao pormenor que pouca gente vê.
A minha vida é feita de pormenores.